terça-feira, 8 de março de 2011

A polêmica transformação de Rapina em Monarca

Você achou estranho o Rapina ter se tornado o Monarca? Talvez, você não saiba que o Hank Hall não seria o vilão, e sim o Capitão Átomo. Saibam um pouco mais sobre polêmica confusão:

O ano era 1991. A DC Comics estava lançando a saga Armageddon 2001. Na saga, no ano de 2001, todos os heróis da Terra pereceram pelas mãos de um dos seus, que os traiu e se proclamou o Monarca, rei do planeta. Sua identidade havia se perdido durante a história, mas o rebelde Matthew Ryder foi capaz de viajar no tempo na tentativa de descobrir os objetivos reais e a identidade do temido vilão. Ao viajar pelo tempo, Ryder se tornou o herói Tempus e desta maneira, voltou ao passado e observou os futuros de cada herói possível de se tornar o tirano.

Tempus investigou o futuro dos heróis nas edições anuais destes personagens. O anual da Liga da Justiça Europa relacionado à saga, se encerrou com Tempus prestes a investigar o futuro do Capitão Átomo, cujo futuro seria mostrado em Armageddon 2001 #2, que concluiria a saga. Um clímax perfeito para a revelação da identidade do Monarca, se não fosse por um detalhe: a informação de que Átomo seria o Monarca vazou antes do fim da saga.
O tão esperado final-surpresa, que era para ser a sensação da DC no verão norte-americano de 1991, foi por água abaixo. Como resposta, a DC Comics, na tentativa de surpreender os leitores, alterou o roteiro às pressas. Com isso, Rapina foi escolhido para ser o Monarca.

Por que ele? Tempus já havia visto seu futuro no anual de Rapina & Columba e nada indicava que ele seria o Monarca. A resposta para terem escolhido Rapina como Monarca é simples: ele era dispensável. O personagem errado na hora errada. Além disso, as vendas do título Rapina & Columba estavam em queda.

O anti-climático fim mostrou o Monarca se materializando em 1991 depois que uma grande quantidade de radiação originária da checagem do futuro do Capitão Átomo o libertou.

Durante a batalha que se seguiu contra os heróis da Terra, Monarca tentou escapar e acabou capturando Dawn Granger, a Columba.
Monarca pretendia construir um poderoso maquinário para dominar a Terra do presente. Rapina os seguiu e quando Columba tentou deter o vilão, este aparentemente acabou matando-a. Com Columba morta, ninguém podia atenuar a fúria de Rapina.
Assim, Hank assassinou o Monarca, descobrindo que este era ele mesmo, dez anos no futuro. Assim, Hank olhou para o vilão e para seu maquinário e decidiu vestir o manto do Monarca para tentar equilibrar a Terra. Porém, os heróis da Terra derrotaram Hall, o então Monarca. Hank, mais tarde, se tornaria o Extemporâneo.
Bárbara Kesel, uma das autoras de Rapina e Columba, chegou a comentar o polêmico caso:

"Vamos deixar claro que não planejávamos um final pra Rapina e Columba. Esta estória idiota se tornou fato logo após alguém da DC "fofocar" que Monarca seria o Capitão Átomo. Então, algumas pessoas trabalharam como doidos para encontrar outro herói para sacrificar e como o título Rapina & Columba havia acabado de ser cancelado.

Se vocês sentem pena de alguém, este seria Jonatham Peterson, a pobre pessoa que nos deu a notícia. Eu fiquei irada. Se há algo que odeio é personagens se comportando fora de suas caracterizações, especialmente uma mulher esperta demonstrando-se ser tola sem razão alguma. A dupla como Monarca teria sido uma idéia melhor, ou seja, se ambos se tornassem a entidade, suas naturezas contrárias poderiam explicar o vilão esquizofrênico. Mas... Foi a pressa que estragou tudo. A última coisa que me lembro foi a estória do anual #02, com a Unidade. Mas foi tudo por água abaixo".

Jonathan Peterson, perguntando como um herói que parecia ser Capitão Átomo foi mudado para um personagem nos moldes dos Titãs e como e por quê Rapina foi escolhido entre todos os heróis, respondeu:

“Eu me lembro disso agora. Com o Capitão Átomo faria sentido o poder e a sagacidade com poderes atômicos, e de uma maneira estranha, ele teria eco do Dr. Manhattan de Watchmen. Dr. Manhattan foi baseada em Capitão Átomo desde o início de Watchmen. Então, poderíamos também fazer algo como Anakin Skywalker. Rapina era um guerrilheiro. Você poderia simplesmente empurrá-lo em direção a extremidade profunda, o levando para o lado negro, e isto seria a tragédia que levaria a interferência de Tempus ser o evento que provocaria a transformação de Hank. Ele era um personagem de nível B que podíamos fazer algo com ele, de qualquer maneira”.
Em seguida, perguntado se mataram Columba por drama extra, Peterson respondeu:

“Certo. E quando a edição foi lançada, todo mundo ficou surpreso, por isso funcionou”.

Posteriormente, Hank morreria na explosão de um avião ao ser substituído pela mãe do Esmaga Átomo.
Mais tarde, através de um retcon, foi revelado que morte de Columba foi parte de um plano do feiticeiro Mordru, que salvara Dawn, criando um simulacro para induzir ao pensamento de que Columba havia morrido. Mordru conhecia a ligação entre Rapina e Columba, ou seja, o equilíbrio entre o Caos e a Ordem, planejando assim, usar Dawn para fins próprios. Entretanto, antes de sua aparente morte, Dawn engravidou-se de Hank, dando à luz Hector Hall, que mais tarde tornou-se o Sr. Destino. Felizmente, Dawn retornaria a ação, sendo acompanhada, mais tarde, por Hank, que ressuscitou no fim de Noite Mais Densa.

Curiosidade: Posteriormente, a DC Comics tentou consertar o erro transformando o Capitão Átomo. Primeiramente na série Extreme Justice, onde foi revelado que Capitão Átomo era um clone quântico de Nathaniel Adams, enquanto este se tornou o Monarca. Anos mais tarde, na esteira da Crise Infinita, após ser ferido gravemente por um Monitor, Átomo foi posto em uma armdura de contenção e se tornou o Monarca e acabou sendo derrotado pelo Superman Primordial.

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