Os fãs brasileiros, muito antes dos americanos com o encontro entre Superman e Homem-Aranha, presenciaram o primeiro crossover entre dois heróis de duas editoras diferentes. Bom, mais ou menos...
Tanto o Capitão Marvel quanto o Tocha Humana original (o andróide) estrearam no Brasil na década de 40, respectivamente nas páginas das revistas O Gibi e o Globo Juvenil Mensal e rapidamente se tornariam os favoritos de uma grande quantidade de fãs brasileiros.
Entretanto, em 1953 as histórias do Capitão Marvel nos Estados Unidos deixaram de ser produzidas devido a um processo movido pela DC Comics contra a Fawcett Comics, editora que publicava o Mortal Mais Poderoso da Terra, alegando que herói era um plágio do Superman. O herói não voltaria até os anos 1970, quando a própria DC passaria a publicá-lo ao adquirir seus diretos de publicação. Enquanto isso, o andróide flamejante da Timely Comics (antigo nome da Marvel Comics), desapareceu nos anos 1940 e voltaria a ter aventuras publicadas de uma forma irregular nos anos 50 lá fora. Porém, para não deixar os fãs brasileiros órfãos de seus heróis preferidos, os editores brasileiros decidiram suprir a demanda dos fãs com constantes republicações de material antigo e eventuais histórias inéditas concebidas por artistas brasileiros. E graças a esse material nacional ocorreu um dos primeiros e mais improváveis encontros da HQs.
O crossover ocorreu em Almanaque do Globo Juvenil 1964. A capa da revista não trazia nenhuma pista sobre tal encontro, apenas contava com uma montagem de vários personagens publicados nela. A história que reuniu os dois heróis era estrelada pelo Capitão Marvel e se chamava A Volta de um Grande Herói.
O encontro do Capitão Marvel e Tocha Humana não foi uma luta. A idéia de que dois heróis devem automaticamente lutar um com outro quando eles se conhecem ainda não havia chegado ao Brasil Pelo contrário, o crossover foi uma autêntica parceria entre os dois. A história de três partes com Capitão Marvel intitulada A Volta de um Grande Herói, parecia assumir que os dois heróis habitavam o mesmo mundo e já tinham se encontrado anteriormente.
Na trama, Billy Batson ao ler no jornal sobre a tentativa de fuga do vilão Cobra (aparentemente um vilão original, que não saiu de nenhuma das histórias americanas de ambos os heróis), de alguma maneira lembra de um grande amigo que desapareceu há muito tempo. Os leitores não são informados da conexão entre Cobra e esse amigo. Sem mais delongas, o herói decide investigar. O herói, então, arranja de ser preso disfarçado na mesma cela de Cobra. O vilão faz outra tentativa de fuga, desta vez com sucesso, mas Billy, disfarçado, o segue. Depois que os membros da gangue de Cobra salvam o vilão com um submarino, o herói abandona seu disfarce e tenta seguir o vilão. Marvel acaba chegando no esconderijo secreto debaixo d’água do vilão, e por lá, encontrou vários prisioneiros e um deles, surpreendentemente, era um enfraquecido, barbado e desprovido de poderes Tocha Humana, que vários antes havia sido capturado pelo Cobra. Obviamente, os responsáveis pela aventura se esqueceram que o Tocha Humana era um andróide.
Após resgatar os prisioneiros e o Tocha do cativeiro, o Capitão Marvel levou o flamejante herói a um hospital, e continuou no encalço do Cobra, que estava prestes a botar em ação um plano terrivelmente maligno: detonar no cinturão de radiação de Van Allen., que circunda a Terra, um poderoso artefato chamado Hiperbomba Z, o que acarretaria em um aumento brutal da temperatura na Terra.
Com o subir das temperaturas, o Capitão Marvel consulta o Professor Edgewise (Matheus, aqui), um cientista maluco que apareceu primeiramente em inúmeras histórias do Capitão Marvel Jr, mas que aqui parece bastante sensato e lógico. Ele informa o Capitão que uma uma segunda bomba pode ser usada para parar o efeito da primeira usada por Cobra. Oficiais militares concordam em construir tal bomba.
Enquanto isso, no hospital, Tocha desperta e percebe a temperatura extremamente alta. Seu corpo se incendeia e ele parte atrás de Cobra. Nisso, o discípulo de Shazam explode a bomba e como previsto, a temperatura começa a voltar ao normal. Tentando descobrir o que aconteceu, Cobra emerge com seu submarino e começa a planejar seu novo plano. Porém, antes que pudesse submergir, o submarino começa ser destruído pelo Tocha Humana. O vilão, então, mergulha, já que debaixo d’água o herói flamejante não pode atacá-lo, porém, ele acaba sendo nocauteado por Capitão Marvel, que o lança de volta a solo, onde um Tocha Humana, de volta ao normal, sem seu corpo em chama, nocauteia Cobra, enquanto sua gangue é derrotada por Marvel.
Com o vilão preso, os dois heróis conversam. Porém, Tocha diz que sua batalha não acabara até achar seu antigo parceiro-mirim dos anos 40, Centelha, que desapareceu. Após desejar boa sorte ao andróide, Capitão Marvel, já como Billy Batson, na estação WHIZ, clama aos seus espectadores para que contatem o herói flamejante se souberam algo quanto ao paradeiro de Centelha.
Após resgatar os prisioneiros e o Tocha do cativeiro, o Capitão Marvel levou o flamejante herói a um hospital, e continuou no encalço do Cobra, que estava prestes a botar em ação um plano terrivelmente maligno: detonar no cinturão de radiação de Van Allen., que circunda a Terra, um poderoso artefato chamado Hiperbomba Z, o que acarretaria em um aumento brutal da temperatura na Terra.
Com o subir das temperaturas, o Capitão Marvel consulta o Professor Edgewise (Matheus, aqui), um cientista maluco que apareceu primeiramente em inúmeras histórias do Capitão Marvel Jr, mas que aqui parece bastante sensato e lógico. Ele informa o Capitão que uma uma segunda bomba pode ser usada para parar o efeito da primeira usada por Cobra. Oficiais militares concordam em construir tal bomba.
Enquanto isso, no hospital, Tocha desperta e percebe a temperatura extremamente alta. Seu corpo se incendeia e ele parte atrás de Cobra. Nisso, o discípulo de Shazam explode a bomba e como previsto, a temperatura começa a voltar ao normal. Tentando descobrir o que aconteceu, Cobra emerge com seu submarino e começa a planejar seu novo plano. Porém, antes que pudesse submergir, o submarino começa ser destruído pelo Tocha Humana. O vilão, então, mergulha, já que debaixo d’água o herói flamejante não pode atacá-lo, porém, ele acaba sendo nocauteado por Capitão Marvel, que o lança de volta a solo, onde um Tocha Humana, de volta ao normal, sem seu corpo em chama, nocauteia Cobra, enquanto sua gangue é derrotada por Marvel.
Com o vilão preso, os dois heróis conversam. Porém, Tocha diz que sua batalha não acabara até achar seu antigo parceiro-mirim dos anos 40, Centelha, que desapareceu. Após desejar boa sorte ao andróide, Capitão Marvel, já como Billy Batson, na estação WHIZ, clama aos seus espectadores para que contatem o herói flamejante se souberam algo quanto ao paradeiro de Centelha.
A história foi desenhada por Rodriguez Zelis, e infelizmente não é sabido se foi ele ou outra pessoa que escreveu o roteiro.
Algumas fontes consultadas: Alter Ego Magazine, Quando Surgem os Super-Heróis (Roberto Guedes) e GibiComics.
Outra desenterrada bacana. Hoje, dia dos quadrinhos brasileiros que se fala tanto de pioneirismo, quem sabe também não inventamos o crossover?
ResponderExcluirParabéns pelo artigo, Gustavo!
ResponderExcluirAbração!
Rapaz, essa é nova para mim! Nem sabia que essas histórias existiam!
ResponderExcluirBem que a Marvel e a DC podiam autorizar a Panini a publicar esse material. Quer dizer, tem gente que deve tê-lo em boas condições e estaria disposto a contribuir hehe.
Abraços e parabéns pela matéria! ^^
o primeiro crossover, parabens pela materia
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