Continuando o Especial DC 75 Anos, veremos mais um capítulo da história da DC Comics:
A Era de Prata, reformulação científica
Com o fim da guerra, a moda dos super-heróis começou a perder forçar para a ficção cientifica. Para sobreviver, a National Periodical Publications, como passou a ser chamada após a fusão de editoras, foi obrigada a cancelar títulos de seus super-heróis e buscou novos ramos. Em 1950, a editora lançou Strange Adventures, sua primeira revista voltada para a ficção cientifica. A idéia da publicação foi dada pelo editor Julius Schwartz, que foi um dos criadores do Time Traveller, uma das primeiras fanzines da história, criada em 1932. Shwartz esteve entre os fundadores da Worldcon, a primeira convenção de ficção cientifica do mundo, realizada anualmente desde de 1939.
Com HQs sobre alienígenas, dimensões paralelas e viagens no tempo, Strange Adventures se tornou um estrondoso sucesso. Em 1951, na edição de número 9 da revista foi apresentado o herói mutante Capitão Cometa, que logo se tornou um dos destaques do título, um sinal da volta, porém lenta, dos heróis.
Em 1954 chegava às livrarias dos EUA, o livro Seduction of Innocent, livro escrito pelo psicólogo Frederic Wertham, que iniciou uma verdadeira guerra contra os quadrinhos. A obra destacava a influência negativa dos quadrinhos nas crianças. Os principais gêneros de HQs acusados eram os policiais e de terror, mas nenhum gênero foi poupado. Segundo Wertham, Batman e Robin eram gays, Mulher Maravilha causava desvios sexuais e Superman era um mau exemplo, pois fazia com que crianças tentassem desafiar as leis da física tentando imitar os poderes do herói de Krypton. O livro foi tão repercutido que uma comissão do Senado americano foi criado para investigar as acusações de Frederic. Para debater as acusações, a CMAA (Comics Magazine Association of America) criou o Comics Code Authority, um extenso conjunto de regrar do que poderia ser mostrado nas revistas. Com isso, antes de publicarem seus títulos, as editoras deveriam enviá-los a CMAA, que analisava se o material estava de acordo com o código. Os aprovados recebiam o direito de incluir em suas capas um selo de aprovação.
Graças a tal, muitas histórias de heróis, principalmente do Batman, foram amenizadas, se tornaram infantis. O Comics Code apenas começou a perder força na década de 1960.
Com a pressão do Comics Code às HQs de terror e policiais, que eram os sucessos da época, a National, que usava como logo “Superman-DC-National Comics” (DC de Detective Comics), percebeu que aquele era o momento ideal para relançar seus antigos super-heróis. Julius Schwartz aceitou o projeto com uma única condição, reformular o personagem escolhido para o relançamento. E desta forma, em 1956, na edição número 4 da revista Showcase, surgia o novo Flash. Criado por Robert Kanigher, John Broome e Carmine Infantino, Barry Allen, o novo Flash, tinha sua origem relacionada à ficção cientifica, assim como quase todos os heróis reformulados. O novo Flash se tornou um grande sucesso e ele foi responsável pela volta da popularidade dos super-heróis. Com seu surgimento, se dava início a Era de Prata.
Um dos grandes sucessos da DC nos anos 50 era Superboy, publicado na revista Adventure Comics. Em 1958, na edição 247, estreou a Legião dos Super-Heróis, uma equipe do futuro que tinha jovens poderosos vindos dos pontos mais distantes do universo como membros. A equipe, inicialmente coadjuvantes do Superboy, se tornou um grande sucesso entre os jovens.
A boa aceitação de Flash fez com que a National revivesse heróis que outrora fizeram sucesso na Era de Ouro. Em 1959, Schwartz reformulou o Lanterna Verde. Esteando em Showcase #22, o novo Lanterna também tinha origem cientifica. Agora, o Lanterna se chamava Hal Jordan e fazia parte de uma tropa de patrulheiros espaciais, a Tropa dos Lanternas Verdes.
A década de 60 havia chegado. Os heróis, graças a National, estavam em alta novamente. Mais uma vez sob a coordenação de Julius, mais super heróis eram reformulados e novos eram criados, como o Caçador de Marte, um alienígena, o último filho de Marte. Voltando no tempo, ao reunir numa equipe os principais heróis, a SJA fez um grande sucesso. Foi daí que partiu a idéia da mais nova revitalização de Julius. Em The Brave and the Bold #28, foi apresentada a Liga da Justiça. O criador Gardner Fox mudou o nome de sociedade para liga, influenciada pelas ligas de baseball e futebol americano. A equipe reunia os novos Lanterna Verde, Flash e Caçador de Marte e os “experientes” Superman, Batman, Aquaman e Mulher Maravilha. O mascote era Snapper Carr. A equipe, que enfrentava ameaças de outros mundos, dimensões e eras, se tornou um grande sucesso e foi responsável pelo interesse da Marvel em lançar heróis. Além disso, o sucesso da LJA fez com que mais heróis fossem reformulados: Gavião Negro, Arqueiro Verde, Elektron e causou a volta dos sidekicks, os parceiros mirins dos super-heróis.
Com isso, Aqualad, Kid Flash, Moça Maravilha, Robin formaram a Turma Titã, uma espécie de LJA mirim. Mais tarde, Ricardito, parceiro de Arqueiro Verde, adentrou a equipe.
Então na antologia história Flash de dois mundos, publicada em Flash # 123, um improvável encontrou ocorreu. O novo Flash, Barry Allen, encontrou Joel Ciclone, o Flash da Era de Ouro. Para explicar tal encontro, foi explicado que Joel, assim como os outros heróis da Era de Ouro que se aposentaram, viviam num mundo paralelo, a Terra 2. Logo depois, a LJA e a SJA se encontraram e em seus encontros anuais, descobriram mais Terras e mais e mais. Assim surgiu o Multiverso infinito de Terras da DC.
No fim dos anos 1960, a era de prata chegava ao fim, a Era de Bronze surgia no horizonte.
Algumas fontes consultadas: Mundo dos Super-Heróis #23 -Dossiê DC 75 Anos (Editora Europa)
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