sexta-feira, 13 de maio de 2011

Jim Aparo: O lendário artista que revolucionou as HQs na DC

James N. Aparo nasceu em 24 de Agosto de 1932 e cresceu na Nova Inglaterra. Como desenhista, se destacou na DC Comics principalmente por seu belíssimo trabalhos em Batman, Arqueiro Verde e muitos outros, notoriamente nos anos 1960, 1970 e 1980. Autodidata, Jim Aparo (se nome artístico), passou parte de sua carreira na DC, onde foi um dos lendários criadores que revolucionaram o modo como as histórias em quadrinhos eram desenhadas durante as décadas de 60 e 70, junto a outros grandes nomes, como Neal Adams.
O estilo do lendário Aparo era basicamente na tradição de seu influente contemporâneo Neal Adams, buscando interpretações realistas de seu tema, em vez de caricaturas ou exageros. As figuras musculares de Aparo tendiam a serem mais magros do que aqueles desenhados pela maioria de seus companheiros de oficio. Ele deu uma atenção especial aos detalhes nos veículos, roupas urbanas, paisagens, arquitetura e etc. Aparo era um dos poucos que, além de desenhar, coloria, fazia a arte-final e letreirava suas revistas.Ele também era conhecido por inserir desenhos de celebridades (como Humphrey Bogart, Peter Falk, Ed McMahon e Fred Allen) como figurantes nas cenas densamente povoadas. Ele chegou a se desenhar em The Brave and Bold #124, onde era obrigado por bandidos a desenhar o Sargento Rock matando Batman.

Em uma entrevista de 2000, com Jim Amash para o Comic Book Artist, Aparo disse que ele estudou na Escola da Arte Hartford por um semestre, mas praticamente aprendeu tudo sozinho. Ele tentou entrar na profissão de quadrinhos com apenas 20 anos, abordando a EC Comics, que se recusou a contratá-lo. Em seguida, ele trabalhou na indústria da publicidade, em Connecticut, freqüentemente com ilustrações de moda para anúncios em jornais. Ele continuou a prosseguir uma carreira nas histórias em quadrinhos e tiras de quadrinhos, enquanto trabalhava em publicidade. Sua estréia nos quadrinhos ocorreu na tira Stern Wheeler, escrita por Ralph Kanna, em 1963. Em 1966, o editor Dick Giordano da Charlton Comics contratou-o como um artista de quadrinhos, onde na Charlton, desenhou histórias de vários gêneros – faroeste, romance, ficção cientifica, terror e suspense. Mas ele destacou-se mesmo histórias de super-heróis, como da heroína Sombra da Noite.
No final dos anos 1960, Dick Giordano deixou a Charlton para assumir uma posição editorial na DC Comics e ofereceu a Aparo um trabalho como desenhista da série do Aquaman. Depois da edição de estréia, onde apenas desenhou, Jim retomou produzindo lápis, tintas e letras para a maioria das edições da série até seu cancelamento. Aparo continuou por algum tempo oferecendo sua arte para a série do lendário herói Fantasma, da Charlton, alternando entre as duas séries mês por mês.

Eventualmente, Aparo renunciou a sua atribuição em Fantasma e passou a trabalhar quase exclusivamente o restante de sua carreira para a DC Comics. O próximo trabalho de Aparo na DC foi o Vingador Fantasma. Depois de Aquaman ter sido cancelada, a freqüência bimestral do Vingador Fantasma foi insuficiente para encher a sua taxa de produção típica de uma página por dia, de modo que a DC deu a ele vários trabalhos curtos, tais como histórias de mistério para House of Mystery. Em 1971, foi atribuído a Aparo o trabalho de desenhar The Brave and the Bold # 98, revista que consistia de encontros de Batman e outros heróis, como Vingador Fantasma, o que fez de Jim um ótimo candidato para assumir o titulo. Murray Boltinoff, o editor de The Brave and the Bold, fez de Aparo artista regular da série. Aparo começou na edição de número 102 e continuou até o cancelamento do título na edição 200. As histórias de Brave and Bold foram publicadas no Brasil pela Ebal na revista Superduplas.Uma curiosidade: Aparo "co-estrelou" The Brave and the Bold # 124 (Janeiro de 1976), onde era forçado por um criminoso a terminar uma capa onde o Sargento Rock matava Batman. Curiosamente, Jim Aparo, assim como outros artistas responsáveis pela série, foi mostrado co-existindo com Batman e todo o Universo DC na mesma realidade.
Em 1980, Jim Aparo, junto a John Byrne, desenhou a minissérie The Untold Legend of the Batman, que foi escrita por Len Wein. A mini reformulava a origem do universo do Cavaleiro das Trevas antes de Crise nas Infinitas Terras. A história foi publicada no Brasil pela Ebal na edição extra de Batman A Legenda de Batman. O que foi mostrado na mini, foi descartado depois da Crise.
Quando The Brave and the Bold foi cancelada em 1983, a revista foi substituída por uma série chamada Batman and the Outsiders, um time de super-heróis liderado por Batman, os Renegados. Junto do escritor Mike Barr, Jim criou os Renegados que, embora modificada, persiste até os dias de hoje.
Jim trabalhou ainda na revista Adventure Comics, título importante da DC Comics, onde desenhou aventuras do Desafiador.

O próximo trabalho importante de Jim Aparo foi Detective Comics e Batman, onde sua arte foi quase sempre arte-finalizada por Mike DeCarlo. Desenhou memoráveis histórias do Batman, muitas das quais se encontram até hoje entre as melhores do personagem. Ao lado de Neal Adams, é considerado o melhor desenhista do Morcego. Talvez o produto mais notável deste período continua sendo Morte em Família (Batman # 426-429, 1988-9), arco de histórias que culminou a morte de Jason Todd, o segundo Robin. A morte de Jason foi decidida pelo voto do público. Aparo continuou a desenhar histórias de Batman em Batman e Detective até o início de 1990.
Falando nos anos 1990, foi em 1993 que Jim Aparo desenhou a antológica edição e a cena em que Bane quebra a espinha de Batman, em a Queda do Morcego. Em 1992, Jim desenhou a série mensal do Arqueiro Verde. A partir daí, passou a desenhar somente edições especiais e capas comemorativas. Jim desenhou uma edição de uma minissérie do Desafiador que revisitou Morte em Família. Nos anos 2000, se aposentou e vendeu diversas artes originais suas.
Infelizmente, Jim Aparo morreu em 2005, aos 72 anos, após uma longa batalha contra o câncer, segundo alguns repórteres. Porém, o anúncio formal de sua família atribuiu sua morte à "complicações relacionadas com uma doença recente". Jim Aparou deixou sua esposa, Julieann, três filhos, e diversos netos e bisnetos.

Agradecimentos ao meu amigo Vitor, que deu a sugestão deste artigo.

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