quinta-feira, 31 de maio de 2018

A Lanterna dos afogados (ou 'Como me identifiquei com uma Lanterna Verde com problemas reais')

Jessica por Will Conrad & Jack Herbert

Uma das coisas mais fascinantes da arte é a identificação com personagens e histórias que ela proporciona. Não são raros os casos de pessoas que inspiradas em músicas, filmes ou super-heróis venceram desafios em suas vidas. 

Leio quadrinhos desde que me entendo por gente e claro, muitas vezes me vi retratado nas páginas de gibis como Turma da Mônica, Shade e  Sociedade da Justiça. Isso sem falar na lista de canções que já rotulei, de forma bem egoísta, como "a música da minha vida". Quem nunca?

Mas foi bem depois de começar a perder o cabelo e conseguir um emprego que achei meu "reflexo" na arte. E foi nos quadrinhos. Não teria como ser diferente.  Jessica Cruz é o nome do último ser humano a assumir o posto de Lanterna Verde do setor 2814. Mas se engana quem acha que como Hal Jordan e John Stewart, outros detentores do cargo, ela sempre foi um exemplo de heroísmo. É aí que entra as razões pelas quais me identifiquei com Jessica.

Quem me conhece sabe que enfrento problemas com crises de ansiedade e conversar foi a melhor forma que encontrei para enfrentar isso. Quando conheci Jessica, achei com quem dialogar. Afinal, ela também passou por experiências que lhe causaram um transtorno de ansiedade e a vontade de se isolar das outras pessoas.  Sei bem como é, Jessica...

A primeira latina a empunhar um anel da Tropa é, assim como eu, insegura e impulsiva, tanto que antes de ser uma Lanterna, foi possuída pelo anel do falecido vilão Anel Energético, que se alimenta de medo e insegurança.  Mas ela se provou digna do cargo de super-heroína e assumiu o posto de guardiã esmeralda.

Jessica e eu sempre nos questionamos sobre nossas capacidades, além de nos julgarmos inferiores e indignos, ao ponto dos constantes ataques de ansiedade nos impedir de qualquer tipo de ação. Posso não ser Simon Baz, o Lanterna com quem Jessica forma dupla, mas me sinto caminhando ao seu lado. É lendo suas histórias de superação e a forma como ela enfrenta a ansiedade, que encontro inspiração para enfrentar minhas próprias barreiras na vida real. E juntos, já conseguimos provar algumas vezes os motivos pelos quais nossos destinos nos guiaram até aqui. Obrigado, Jessica.

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