segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Especial DC 75 Anos: A Era de Bronze, modernização e finalmente DC Comics!

Continuando o Especial DC 75 Anos, a Era de Bronze:

Jack Kirby, o Rei, na DC Comics

A Década de 1970 começou com uma grande surpresa para todo o mundo das HQs: Jack Kirby, o Rei dos Quadrinhos, foi contratado pela National ou DC, como preferir. O principal artista da Marvel aceitou um convite do Publisher Carmine Infantino, que lhe ofereceu total liberdade criativa. Este foi o fim da dupla Stan Lee & Jack Kirby e como alguns estudiosos apontam, o início da rixa entre os dois.

O primeiro trabalho de Kirby na nova editora foi a edição #133 de Superman’s Pal Jimmy Olsen, de outubro de 1970. Na revista, que mostrava as aventuras de Jimmy Olsen, Kirby, logo na estréia, resgatou a Legião Jovem, criação sua junto a Joe Simon nos anos 40. Logo depois, ele criou seus próprios personagens: Os Novos Deuses. Seus personagens originais foram publicados em três novos títulos: New Gods, Forever People e Mister Miracle. Junto de Superman’s Pal Jimmy Olsen, essas revistas formavam o chamado Quarto Mundo de Kirby.

(Homenagem de um fã às criações de Kirby para DC)

Os títulos tinham tramas interligadas, onde Kirby desenvolveu a mitologia dos Novos Deuses. Foram criações dele: Nova Gênese, Apokolips, Pai Celestial, Órion, Darkseid, Sr Milagre, Grande Barda e outros. Porém, o Quarto Mundo não se tornou o sucesso esperado pela editora, Kirby deixou as revistas, que foram canceladas. Alguns apontam como causa disso a complexidade das tramas ou até o excesso de novos conceitos. Antes de voltar para a Marvel, o Rei criou mais personagens como Kamandi, Etrigan, o Demônio,Omac e reformulou Sandman.

A Era de Bronze: Era de Modernização

Ao contrário da transição anterior de Era de Ouro para Era de Prata, a Era de Bronze começou sem que as revistas que vinham sendo publicadas tivessem sido interrompidas. Contudo, nenhuma revista entrou na Era de Bronze ao mesmo tempo.

Para alguns pesquisadores, a Era de Bronze começou em 1969, quando Robin deixou Batman para ingressar na faculdade e teria terminado em 1985, com a Crise das Infinitas Terras. Já para outros, a Era de Bronze começa em 1973, tendo como fato relevante o enfraquecimento do Comics Code, que após a sua revisão em 1971 permitiu, por exemplo, a volta de séries de terror. A DC surpreendeu ao abordar temas polêmicos como o uso de drogas ao mostrar Ricardito como um viciado e ao jogar os Titãs contra as drogas, que estavam destruindo os jovens americanos na época.

A Era de Bronze foi marcada por modernizações na DC Comics. O Superman passou por uma grande modernização após Julius Schwartz ter assumido as rédeas das revistas do Homem de Aço: Action Comics e Superman. O herói teve uma substancial perda de poderes. O ser que era considerado um deus com níveis absurdos de poderes, agora chegava “mais perto” dos humanos. Ao mesmo tempo, a Kryptonita foi eliminada de suas histórias. Outra forma de modernizar o herói, o alter-ego dele, Clark Kent, começou a trabalhar em uma rede de televisão. Falando em Superman, o Capitão Marvel, cujas publicações foram proibidas devido a um processo da DC, que acusava a Fawcett Comics de plagiar o Superman com o herói mágico, foi adquirido pela DC e logo passou a ser publicado em um titulo próprio, o herói logo ganhou uma Terra exclusiva para seu universo, a Terra S. Superman e Capitão Marvel chegaram a se encontrar em 1978.

Ainda nos anos 70, as primeiras sementes para o selo Vertigo foram plantadas. Foi com o enfraquecimento do Comics Code, foram criados personagens que viriam a fazer parte do selo adulto da editora como Monstro do Pântano e outros. Até Jack Kirby deixou sementes para a Vertigo com a reformulação de Sandman. Muitos dos conceitos estabelecidos por Kirby para Starman foram usados por Neil Gaiman, como Brute e Glob, o Sandman uniformizado, etc.

A editora não apenas atacava nos quadrinhos, como também na TV. O desenho de Super Amigos, produzido pelos estúdios Hanna-Barbera, estreou em agosto de 1973 e faz sucesso até hoje. O retorno do Capitão Marvel, Shazam, fez com que a CBS lançasse um seriado do herói e logo depois a ABC produziu um seriado da Mulher Maravilha, com a linda Lynda Carter no papel da heroína amazona.


Em 1975, a DC e a Marvel publicaram sua primeira publicação juntas: a adaptação do filme o Mágico de Oz. Logo depois, as duas editoras publicaram seu primeiro crossover: Homem Aranha vs. Superman, em 1975. Logo depois publicaram uma continuação deste, Batman vs Hulk e anos mais tarde X-Men & Novos Titãs. Se quiserem saber mais sobre estes crossovers, clique AQUI.

Além desses crossovers, Superman se encontrou com Muhammad Ali. Para saber mais clique AQUI.

DC Comics, finalmente!

Em resposta as vendas estrondosas da Marvel, o Publisher da DC, Carmine Infantino promoveu uma série de mudanças editoriais, desde novos formatos de HQs, como a criação de edições com 100 páginas e até renovações na logomarca. Desde 1970, a editora tinha deixado de estampar o selo “DC” nas capas e passou a exibir ícones dos principais personagens; apenas em 1973 o selo voltou, alterado, e apenas dois anos depois, mudou novamente.

Porém, a maior mudança foi a substituição de Carmine por Janette Kahn, vinda do segmento de livros infantis. Foi ela quem rebatizou a editora com o nome DC Comics – até então a editora era chamada de National Periodical, mas conhecida por DC, devido a Detective Comics. Janette encomendou uma nova logomarca, um escudo com quatro estrelas que permaneceria até 2005.
Ela também foi responsável pelo cancelamento de 30 títulos de uma só vez.

Em 1978, Superman: O Filme estreou com o slogan “Você vai acreditar que um homem pode voar”. Dirigido por Richard Donner e com o até então desconhecido Christopher Reeve no papel do maior herói do mundo, o filme teve no elenco estrelas como Marlon Brando (Jor-El), Gene Hackman (Lex Luthor), Glen Ford (Jonathan Kent) e Terence Stamp (Zod). O longa foi indicado a três Oscars, mas apenas ganhou um prêmio especial pela Academia devido a seus efeitos especiais. Considerado por muitos como a melhor adaptação de um personagem de HQs para o cinema, o filme foi um grande sucesso e rendeu pouco mais de US$ 300 milhões nas bilheterias de todo o mundo. Curiosamente, o sucesso no cinema não aumentou as vendas dos gibis do herói. Falando no Homem de Aço, foi durante a Era de Bronze que Jerry Siegel e Joe Shuster, com a ajuda de Neal Adams e Jerry Robinson, ganharam da DC uma pensão anual vitalícia, plano de saúde e finalmente passaram a serem creditados como criadores do Superman em gibis, produtos, cinema, seriados, livros, etc. Superman #302 (agosto de 1972) foi o primeiro gibi a estampar os créditos para a dupla.

Ainda como parte das reformulações de personagens, Batman foi modernizado por Denny O'Neil e Neal Adams, que deixaram o Homem Morcego mais próximo da sua concepção original dos anos de 1930.

Em 1979, a DC inovou mais uma vez a indústria das HQs ao publicar The World of Krypton, a primeira mini-série de quadrinhos. A editora ganhou maior flexibilidade nos títulos.

Com o início dos anos 80, a DC resolveu modernizar a Turma Titã. Em 1980, a Editora DC Comics contratou os grandes artistas Marv Wolfman e George Pérez para revitalizar a "Turma Titã". Os Novos Titãs estrearam em 16 páginas inseridas numa HQ do Superman, na revista DC Comics Presents. Poucos anos após a Turma Titã ter se debandado, Ravena convenceu Robin a reunir o grupo através de um sonho. Com alguns membros da Turma original e novos personagens como Ravena, Estelar e Cyborg, a revista The New Teen Titans se tornou o maior sucesso da DC Comics na época. O grupo teve momentos memoráveis como: O Contrato de Judas (1984) e a Saga de Trigon (1986). Ainda na revista, surgiram vilões importantes da DC: Exterminador, Trigon e Irmão Sangue. Sem contar Terra.

Em 1984, a DC Comics adquiriu os personagens da Charlton: Besouro Azul, Questão, Sombra da Noite, Pacificador e Capitão Átomo. Os heróis ganharam uma Terra exclusiva: A Terra 4. Curiosamente, Alan Moore queria usar esses personagens em Watchmen, porém, Dick Giordano não autorizou o escritor britânico e com isso ele teve que criar novos personagens para a obra que é considerada a melhor HQ de todos os tempos.

A cronologia da DC, graças ao Multiverso, era uma bagunça, foi então que Marv Wolfman e George Pérez foram encarregados de botar ordem na casa com Crise nas Infinitas Terras, que comemoraria os 50 anos da editora, com a publicação da saga que é considerada a melhor de todas, pôs fim a Era de Bronze.

Algumas fontes consultadas: Torre Titã, Multiverso DC, Jack Kirby Museum, Mundo dos Super-Heróis #23-Dossiê DC 75 Anos (Editora Europa)

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